
A relação de burnou e Habilidades Sociais
Entenda mais como a falta de habilidades sociais, principalmente a capacidade de assertividade, pode influenciar diretamente nos episódios de Burnout
Psicólogo Angelo Junqueira Guimarães
5/19/2025


O Burnout não acontece de um dia para o outro. Muitas vezes, ele é o resultado de uma sequência de comportamentos mantidos por medo e por crenças que, na prática, acabam aumentando ainda mais a sobrecarga.
Frases como "trabalhe enquanto eles dormem", "persista enquanto eles descansam" ou "faça enquanto eles sonham", são frases comum de se houvir dos ditos como Gurus da produtividades /Coach etc. Além de uma sociedade que valoriza essa sobrecarga prometendo resultados e ilusões que não temos total controle. Ou seja, na moioria dos casos o nosso desenvolvimento e avaços profissionais não depende unicamente do nosso esforço.
A evolução de uma carreira profissional depende de tempo, constância e prezervação, ou seja, muito semelhante a uma maratona. E se tentarmos correr uma maratona no ritmo de uma prova de tiro livre, muito provavalmente não chegara ao final da prova por nos lesionararmos antes. Com isso, o desenvolvimento de autoconhecimento e habilidades sociais podem ser fatores protetivos para que não cairmos nesse discurso nada saudáveis e acabar entrando em um episódeo de Burnout
Na Análise do Comportamento, entendemos que grande parte dessa dificuldade está ligada às habilidades sociais, principalmente à assertividade — a capacidade de dizer “não” ou de expressar necessidades sem agressividade ou submissão.
Muitos trabalhadores evitam negar pedidos porque temem ser julgados, criticados ou até mesmo demitidos. Esse medo funciona como um antecedente que aumenta a probabilidade de aceitar tarefas extras, mesmo quando já estão sobrecarregados. A consequência imediata pode ser o alívio momentâneo do desconforto (não gerar conflito, não ser criticado), mas o efeito a longo prazo é o acúmulo de estresse e a sensação de exaustão.
Além disso, existe uma falsa crença de que aceitar todas as demandas garante estabilidade no emprego ou maiores chances de promoção. Na prática, esse comportamento pode acabar sendo reforçado negativamente: quanto mais a pessoa aceita, mais demandas recebe, e menos reconhecimento percebe.
Com isso, as pessoas tem se colocado cada vez mais em situações de sobre carga que nem sempre vão corresponder as expectativas, onde o sentimento de perda de sentido e desvalorização vão estar cada vez mais presentes no ambiente de trabalho.
Aprender a se posicionar, colocar limites e comunicar suas necessidades não é sinal de fraqueza ou "preguiça", mas sim uma habilidade fundamental para manter a saúde mental. Desenvolver assertividade ajuda a equilibrar relações de trabalho, reduzir a probabilidade de esgotamento e, principalmente, resgatar a sensação de autonomia.